Um sorriso de paz diante do mundo ou desejo do vírus do amor
Geraldo Drumond* - Março de 2020
*Economista, coach, consultor de empresas, e Diretor Executivo da Drumond Soluções Empresariais - www.drumondconsultoria.com.br geraldodrumond2010@hotmail.com
Desde os meus quatorzes anos lancei ao universo este pedido: um sorriso de paz diante do mundo; queria, mesmo diante das adversidades da vida, conquistar a tão desejada paz. Este desejo me move até hoje, e busco ser um ser humano melhor a cada dia.
E já há algum tempo tenho pedido a este mesmo universo para aumentar a frequência vibratória deste planeta para permitir que tenhamos um novo humano, em que o amor e a compaixão sejam a tônica. E tenho conhecimento de que muitos trabalhadores da luz trabalham nesta direção.
A minha crença maior é que somos todos um, e só entendendo que somos responsáveis por nós mesmos e que o mundo externo é reflexo de nosso mundo interior, e que o que o mundo é do jeito que é porque nós o temos feito assim, é que vamos evoluir para o amor.
Nestes tempos de vírus, que fico pensando se não é a natureza, o universo, nos dizendo que devemos reorientar a rota, que não estamos aproveitando a contento a beleza de ser e de usufruir do mar, das montanhas, dos rios, das árvores, das matas, da amizade, da grandeza de um abraço, de um gesto de perdão... e faz isto nos apresentando o medo, já que pelo amor não temos tido suficiente.
Vejo que somos hoje personagens de um mesmo filme, que se desenha sobre um cenário de dor e de esperança e nos faz, neste recolhimento, a viver da forma que deveríamos viver: atentos a todos e a tudo, e com maior convicção de que um depende do outro e que nossas ações repercutem, e como... e que somos poderosos, podemos dar e tirar a vida, a existência.. ser e deixar de ser, ou não ser aqui e ser em outro lugar, em outra dimensão.
Precisamos nos reinventar... a dualidade já não nos responde mais... isto ou aquilo, assim ou assado, amar ou ser amado, perdoar ou ser perdoado, este ou aquele ...; podemos ser plenos de amor, de perdão, e podemos praticar isto sem o referencial da morte a nos balizar, e sim o referencial da vida, da plenitude, na dimensão do amor.
É só quando nos entendermos um só, centelhas da consciência crística, podendo ser imagem e semelhança do Criador, é que vamos viver em paz, em um mundo em que o fato de todo dia morrerem 8.500 pessoas de fome cause a mesma indignação de que eu, que cada um de nós também possa sucumbir a um vírus que não escolhe cor, raça, religião, gênero... nos afeta a todos, indistintamente.
Penso que este é o grande recado: cuidemos de cada um, para cuidar de todos e deste universo maravilhoso que não temos sabido valorizar. E isto vai exigir um novo rearranjo econômico, um chamado a nos amarmos a nós mesmos para amar o outro com igual intensidade. E que isto nos anime, que seja comum o desafio de nos tornarmos um novo humano numa nova terra.
Escolher humano é! - Dezembro de 2020
Passados 9 meses destes novos tempos, diria que temos feito, cada um a seu modo, um esforço enorme para entender e assimilar estas novas formas de nos relacionarmos e viver em casa, no trabalho, de enxergarmos o mundo, nós mesmos, o outro, a natureza, o universo.
Penso que estamos sendo colocados à prova de quão verdadeiros e autênticos somos, em que verdadeiramente acreditamos, e como e para que queremos viver nossas vidas.
É o humano se manifestando em toda a sua grandeza e o homo sapiens tendo sua grande reflexão de quanto evoluiu e quais seus ideais e crenças de raça, de convivência, de mundo, de universo.
Todo o poder vem do interior, criamos nossa própria realidade, temos aquilo no que nos concentramos, e estes novos tempos reafirmam isto de uma maneira real e verdadeira. Este encontro conosco mesmos, cara a cara, sem dó nem piedade. E com toda a grandeza e completude que este encontro pode nos permitir. E a partir daí, sermos uno com todas as coisas.
E o que vem depois? Convivência pacífica, respeito pela diversidade, amor a si mesmo e ao outro, ou recrudescimento da guerra, das diferenças, do egoísmo, do cada um para si?
Somos seres humanos numa experiência humana?
Somos seres humanos numa experiência espiritual?
Somos seres espirituais numa experiência humana?
O importante é que temos a grata possibilidade de nos assumirmos como humanos, qualquer que seja a escolha que fizermos de que seres somos, mesmo que entendamos que a finitude é nosso destino, ou que, viveremos outras vidas ou que somos espírito em forma humana e, sem apelação, qualquer que seja a escolha feita, a constatação de que impermanência e o sofrimento são a trajetória necessária de evolução para o amor.